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Crítica | Greyhound: Na Mira do Inimigo (2020)

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Greyhound

Em Greyhound, Tom Hanks não decepciona e apresenta protagonista cativante na mesma pegada do capitão Miller (O Resgate do Soldado Ryan).

Na pele de Ernest Krause, comandante do navio de guerra americano Greyhound, que lidera um comboio de 37 embarcações durante um trajeto entre os Estados Unidos e a Inglaterra em plena Segunda Guerra Mundial, Tom Hanks não nos decepciona e mostra que, além de um dos melhores atores ainda na ativa, é um roteirista admirável.

Sem muitas delongas, em apenas alguns minutos o filme nos coloca em meio ao Atlântico junto a uma frota de embarcações lideradas por um capitão de primeira viagem que se vê com uma grande responsabilidade quando sua escolta aérea chega ao fim e ele deve seguir viagem sozinho, garantindo a segurança de seu comboio.

Basicamente, o desenrolar do filme tem como referência o tempo estimado para a próxima escolta aérea, gerando uma certa aflição e torcida por parte do telespectador em relação ao tempo em que Krause se encontra praticamente sozinho no meio do mar.

Greyhound: Na Mira do Inimigo

Lançando mão de um inimigo invisível, Greyhound encontra nos U-Boats (submarinos alemães) o antagonismo perfeito. Mostrando apenas imagens rápidas, escuras e não muito detalhadas da embarcação inimiga, a produção proporciona uma sensação de perigo constante que, associada a um som semelhante ao de baleias emitido toda vez que os submarinos aparecem, entrega um contexto de profundidade que chega a ser apavorante.

Com uma produção mais curta que o esperado para o gênero e um cenário extremamente limitado a algumas partes do navio Greyhound, Krause não deixa pontas soltas e, em meio as cenas de conflito, lança mão de flashbacks extremamente rápidos que justificam determinados sentimentos e decisões do capitão sem deixar esfriar a tensão do combate.

Com a mesma personalidade misteriosa, humana e corajosa presente no inesquecível capitão Miller (Tom Hanks), de O Resgate do Soldado Ryan, Krause se mostra um líder atento não apenas nas ações do inimigo, mas também na questão humana, o que pode ser notado em algumas de suas decisões e na forma calma e respeitosa com a qual fala com seus subordinados, exatamente como o querido capitão Miller.

Greyhound: Na Mira do Inimigo

Em determinados momentos, embora seja praticamente impossível compreender as ordens dadas pelo capitão, é extremamente agradável perceber a fluidez dos termos técnicos utilizados por Hank para contextualizar o filme. Além disso, em muitos momentos a velocidade da comunicação entre os tripulantes adiciona uma tensão que, de repente, cessa e dá lugar ao som de radares, o que nos faz prender a respiração aguardando o desenrolar da cena.

Mesmo sendo apenas o segundo longa na cadeira de diretor, Aaron Schneider fez um excelente trabalho e conseguiu manter uma relação de diálogo e respeito entre o capitão novato e a tripulação, além de proporcionar uma cadência de ação relevante para um filme de guerra no mar, que acaba não contando com elementos de adrenalina normalmente presente em cenas de conflito em terra.

No geral, Greyhound não é a melhor produção com a presença de Tom Hanks, mas está longe de ser a pior. O filme é envolvente, o protagonista é cativante e os personagens secundários exercem com excelência sua função e nos fazem desejar que fiquem bem no decorrer do filme.

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[Total: 3 Média: 5]
Higor Mendes
Redator com mais de cinco anos de experiência, apaixonado por história, filmes, séries, jogos e curiosidades em geral.

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