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Crítica | A Outra Face da Guerra (2019)

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A Outra Face da Guerra

Veja nossa crítica do filme A Outra Face da Guerra.

Baseado no livro de memórias Blizzard of Souls, escrito em 1934 pelo veterano da Primeira Guerra Mundial Aleksandrs Grins, A Outra Face da Guerra nos traz uma visão um tanto quanto diferente sobre a Primeira Grande Guerra.

Além de abordar um conflito pouco explorado pelo cinema (quando comparado a outros, como a Segunda Guerra Mundial), o filme traz a Letônia como país protagonista e expõe um verdadeiro dilema vivido por seus combatentes, que, no fim, lutaram ao lado dos russos contra os alemães, mas viam a independência de seu país ameaçada pela revolução comunista.

Muito além do drama de um soldado que deixa tudo e parte rumo ao desconhecido, rumo a guerra, a produção oferece ao telespectador um cenário que deixa a mesmice do gênero de lado mergulha de cabeça no dilema de um protagonista extremamente jovem para um conflito armado, mas que não vê outra alternativa senão lutar, mesmo que não tenha os quesitos exigidos para tal.

Drama de um jovem na guerra

Arturs Vanags

Com apenas 16 anos de idade, Arturs Vanags, interpretado por Oto Brantevics, decide deixar a idade de lado e se junta a seu pai e seu irmão mais velho nas fileiras de letões para, ao lado dos russos, lutar contra os alemães após um acontecimento traumático envolvendo os soldados invasores.

Apesar de poucos momentos de grande tensão e adrenalina, A Outra Face da Guerra não decepciona quando mantém seu foco inicial na inexperiência do protagonista. Jovem e ainda receoso, nas primeiras cenas envolvendo combates, Arturs se mostra incapaz de matar, mesmo vendo seus irmãos de pátria morrendo ao seu lado.

Se por um lado o longa parece pecar ao deixar de oferecer cenas de intenso combate, por outro ele nos compensa com glória quando privilegia os pequenos, mas não irrelevantes, acontecimentos ao redor do protagonista, o que funciona muito bem para o espectador, que mantém as atenções nas experiências vividas pelo personagem.

Além disso, se faz importante ressaltar que, mesmo com pouca ou quase nenhuma adrenalina nas cenas de conflito, a riqueza do momento é indiscutível.

Amadurecimento forçado

A Outra Face da Guerra

É extremamente satisfatório assistir a uma produção que não deixa fios soltos em sua linha do tempo. Se por um lado o início do filme mostra um protagonista humano e incapaz de matar, acontecimentos posteriores, como perdas, ferimentos e o testemunho da injustiça justificam um amadurecimento forçado do soldado.

O resultado disso é a compaixão do público em relação ao protagonista. Uma sensação de “nós vimos o que ele sofreu, nós vimos que ele era humano, nós sabemos que ele não queria isso e agora entendemos suas atitudes”.

Com isso, percebemos um personagem muito mais adepto ao cenário em que se encontra. Assumindo decisões difíceis, corajosas e, posteriormente, liderando um grupo de soldados ainda mais jovens que ele em uma luta contra quem antes era seu aliado.

Veja também: Crítica | Greyhound: Na Mira do Inimigo (2020)

Uma produção de sucesso

A Outra Face da Guerra

A Outra Face da Guerra é o primeiro longa dirigido por Dzintars Dreibergs, que, anteriormente, só havia trabalhado em longas documentais. Como avaliação final, podemos considerar o filme um verdadeiro sucesso. Roteiro bem definido, personagens bem explorados e com um excelente desenvolvimento, além de um protagonista realmente cativante.

Não foi atoa que o filme A Outra Face da Guerra colocou a Letônia como o país berço de um dos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2021.

Info: IMDb

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[Total: 3 Média: 4.3]
Higor Mendes
Redator com mais de cinco anos de experiência, apaixonado por história, filmes, séries, jogos e curiosidades em geral.

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